quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

GT.8 - História, Teatro e Imagens


Coordenadoras: Profa. Dra. Kátia Paranhos (PPGHI/UFU); Profa. Ms. Lígia Gomes Perini (Doutoranda no PPGHI/UFU)

Entendemos o teatro como um discurso que, como um ato comunicativo, utiliza códigos – verbais, gestuais, visuais, auditivos, culturais, estéticos etc – que possibilitam a percepção visual do mundo e a construção de um imaginário social, pois comunicam uma mensagem a seus receptores. Assim, com os procedimentos metodológicos da história cultural, torna-se possível perceber o teatro como um espaço privilegiado para captar, em diferentes momentos históricos, as articulações e as negociações de idéias e imagens. O teatro, portanto, caracteriza-se como um espaço plural de signos, apontando para a multiplicidade das tramas e das narrativas sociais. 
A re-escrita do teatro é um processo constante, tanto pela transformação do objeto – os discursos teatrais -, como pelas transformações dos códigos dos discursos críticos e os deslocamentos de interesses ideológicos e estéticos dos sujeitos sociais que escrevem a história. Acreditamos, também, relevante perceber diferentes categorias de discursos teatrais, indo além do dominante discurso teatral hegemônico, ou seja, voltar o olhar para discursos teatrais marginais, para os discursos teatrais deslocados, bem como, para os discursos teatrais subjugados. Preocupação que diz respeito à problemática das inclusões e exclusões, seja na seleção do corpo textual, ou mesmo espacial, ultrapassando a contínua exclusão do que é produzido fora do eixo das grandes metrópoles.
Consideramos, portanto, o fenômeno teatral em toda a sua amplitude, procurando convergir teoria e prática teatral, – o processo de criação em si mesmo, a interpretação e formação dos atores, o trabalho e formação do diretor, os ensaios, os cadernos de criação, as experiências dos grupos teatrais etc – levando em consideração as várias escolas de pensamento que fundamentam as diversas práticas teatrais. Ainda não muito explorado por nossa historiografia, mas de fundamental importância, é a questão da recepção do espectador, a relação espetáculo-espectador, ou seja, a prática “espectatorial”. Podemos destacar ainda como significantes objetos de estudos os teatros, espaço físico/cênico, onde as obras são apresentadas, os novos textos cênicos, bem como, as escolas formativas do agente teatral – ator, diretor, cenógrafo, entre outros.
Significa, portanto, eleger também outros textos; não apenas os fundadores, legitimados dentro de uma tradição cultural, e ainda tentar compreender como se deu o silenciamento dos textos não coincidentes ou não aceitáveis por essa tradição. Tudo nos leva a questionar tanto o corpus do discurso crítico como o dos discursos teatrais